quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O Banco do Brasil e as Empresas de Cobrança

Como, na opinião do instituto, será o cenário do crédito e cobrança após  o anúncio de reestruturação do BB. ? - João Aquino, GCM de Belo Horizonte.

Por força do cenário econômico que obriga a todas as empresas a revisarem sua estrutura de custos e eficiência e participação no mercado.

Nisso se insere o Banco do Brasil que está perdendo em eficiência para o Bradesco, Itaú e Santander, além de estar atrasado quanto ao desenvolvimento da plataforma digital.

Nessa perspectiva, o novo presidente do Banco do Brasil, com a aprovação do Ministro da Fazenda vem divulgando mudança no organograma do Banco, medidas de redução de custos com o fechamento de agências e redução do quadro de funcionários, sabidamente inchado para os padrões privados e que tiram a competitividade do Banco.

Isso fica claro na reação da Bolsa às medidas anunciadas pelo Presidente do Banco.
Como será o cenário na área de crédito? A meu ver o crédito ficará mais seletivo, seguindo o que as demais instituições já fizeram (aperto do crédito) e implantar plataformas digitais que permitam aos clientes o autoatendimento, como já estão fazendo na associação com o Bradesco ao lançarem um cartão semelhante ao Nubank.

No que diz respeito à cobrança, tenho duas visões a respeito do assunto:
1 – Com a redução do tamanho do Banco do Brasil, seja fisicamente e seja em número de funcionários, com toda a certeza o Banco estimulará a terceirização em vários serviços e não duvidaria que desestimulasse ou que até encerre as atividades do seu Call Center.
Portanto a meu ver os ECT´s ganharão importância dentro do Banco ainda mais com a aprovação da lei de terceirização.
2 – No campo da Tecnologia tenho convicção que o Banco vai recuperar o tempo perdido e avançar na automatização de suas atividades, incluindo o atendimento ao cliente e recuperação de ativos, possibilitando ao cliente inadimplente negociar seus débitos sem a interferência humana.

Mesmo nesse cenário, acredito que as empresas de cobrança terão que evoluir na parte tecnológica e terão que “aprender” a trabalhar com carteiras com idade superior a 90 dias de atraso e automatização de suas atividades com CRM que permita a integração de ferramentas e robôs para automatizar as estratégias e campanhas de cobrança e dessa forma atenderem aos requisitos do Banco.
Não sou vidente, mas considerando que o Edital da Licitação já estava pronto e até agora não foi divulgado, acredito que além de exigências com relação à integração com a plataforma digital do Banco seja exigida (quem sabe se eles não vão nos obrigara a utilizar a sua plataforma de cobrança e a qual atenderia à política de Compliance do Banco), também poderá fazer exigências mais fortes na performance dos ECT´s para manutenção da carteira e até mesmo algumas certificações (com prazo para serem obtidas).

Há mais de cinco anos numa reunião com um dos funcionários do Banco que nos auditava, questionamos como o Banco estava encarando as exigências de certificação de outras instituições financeiras e quando isso ocorreria e a resposta foi de que o Banco iria permanecer com as regras na próxima licitação (a que já deveria ter ocorrido), mas que a licitação após a de 2016/2017 iriam exigir das empresas várias certificações.

Considerando a velocidade das mudanças na tecnologia no mercado financeiro e na indústria de cobrança, acredito que o Banco vá utilizar o tempo admitido por lei para reformular o Edital e fazer algumas exigências já no campo da tecnologia.
Sem querer aterrorizar e já aterrorizando, o Itaú comprou a Recovery, o BTG que vendeu o Recovery comprou outra empresa para compra de títulos recebíveis, num mercado avaliado em R$ 460 bilhões e o banco do Brasil é dona da Ativos. 

O que vocês acham que poderá acontecer para que o Banco passe a apresentar resultados mais expressivos nos Balanços?

Vou responder: Venda da carteira de créditos inadimplentes para a Ativos e a Ativos se encarrega da cobrança e da administração das ECT´s (Não sou vidente).

Cabe a nós nos unirmos e nos tornarmos indispensáveis nesse processo que nunca acabará, mas porque estaremos na vanguarda da tecnologia, teremos eficiência, qualidade e capilaridade, ou então nos resignaremos a sermos engolidos pelos grandes.

João Gomes, Diretor da Interface Digital 
Diretor Administrativo/Financeiro do IBPDICC

Um comentário:

  1. Excelente analise do Sr. João Gomes. Perfeita identificação de causas e efeitos e visão dos caminhos para a solução dos problemas. O IBPDICC é o caminho para fomentar fusões e prover soluções técnicas de qualidade aos associados. Soluções que elevem a qualidade dos serviços oferecidos pelas associadas e contribua para a melhoria geral dos processos envolvidos.

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