Como, na opinião do instituto, será o cenário do crédito e
cobrança após o anúncio de
reestruturação do BB. ? - João Aquino, GCM de Belo Horizonte.
Por força do cenário econômico que obriga a todas as
empresas a revisarem sua estrutura de custos e eficiência e participação no
mercado.
Nisso se insere o Banco do Brasil que está perdendo em
eficiência para o Bradesco, Itaú e Santander, além de estar atrasado quanto ao
desenvolvimento da plataforma digital.
Nessa perspectiva, o novo presidente do Banco do Brasil, com
a aprovação do Ministro da Fazenda vem divulgando mudança no organograma do
Banco, medidas de redução de custos com o fechamento de agências e redução do
quadro de funcionários, sabidamente inchado para os padrões privados e que
tiram a competitividade do Banco.
Isso fica claro na reação da Bolsa às medidas anunciadas
pelo Presidente do Banco.
Como será o cenário na área de crédito? A meu ver o crédito
ficará mais seletivo, seguindo o que as demais instituições já fizeram (aperto
do crédito) e implantar plataformas digitais que permitam aos clientes o
autoatendimento, como já estão fazendo na associação com o Bradesco ao lançarem
um cartão semelhante ao Nubank.
No que diz respeito à cobrança, tenho duas visões a respeito
do assunto:
1 – Com a redução do tamanho do Banco do Brasil, seja
fisicamente e seja em número de funcionários, com toda a certeza o Banco
estimulará a terceirização em vários serviços e não duvidaria que
desestimulasse ou que até encerre as atividades do seu Call Center.
Portanto a meu ver os ECT´s ganharão importância dentro do
Banco ainda mais com a aprovação da lei de terceirização.
2 – No campo da Tecnologia tenho convicção que o Banco vai
recuperar o tempo perdido e avançar na automatização de suas atividades,
incluindo o atendimento ao cliente e recuperação de ativos, possibilitando ao
cliente inadimplente negociar seus débitos sem a interferência humana.
Mesmo nesse cenário, acredito que as empresas de cobrança
terão que evoluir na parte tecnológica e terão que “aprender” a trabalhar com
carteiras com idade superior a 90 dias de atraso e automatização de suas
atividades com CRM que permita a integração de ferramentas e robôs para
automatizar as estratégias e campanhas de cobrança e dessa forma atenderem aos
requisitos do Banco.
Não sou vidente, mas considerando que o Edital da Licitação
já estava pronto e até agora não foi divulgado, acredito que além de exigências
com relação à integração com a plataforma digital do Banco seja exigida (quem
sabe se eles não vão nos obrigara a utilizar a sua plataforma de cobrança e a
qual atenderia à política de Compliance do Banco), também poderá fazer
exigências mais fortes na performance dos ECT´s para manutenção da carteira e até
mesmo algumas certificações (com prazo para serem obtidas).
Há mais de cinco anos numa reunião com um dos funcionários
do Banco que nos auditava, questionamos como o Banco estava encarando as
exigências de certificação de outras instituições financeiras e quando isso
ocorreria e a resposta foi de que o Banco iria permanecer com as regras na
próxima licitação (a que já deveria ter ocorrido), mas que a licitação após a
de 2016/2017 iriam exigir das empresas várias certificações.
Considerando a velocidade das mudanças na tecnologia no
mercado financeiro e na indústria de cobrança, acredito que o Banco vá utilizar
o tempo admitido por lei para reformular o Edital e fazer algumas exigências já
no campo da tecnologia.
Sem querer aterrorizar e já aterrorizando, o Itaú comprou a
Recovery, o BTG que vendeu o Recovery comprou outra empresa para compra de
títulos recebíveis, num mercado avaliado em R$ 460 bilhões e o banco do Brasil
é dona da Ativos.
O que vocês acham que poderá acontecer para que o Banco passe
a apresentar resultados mais expressivos nos Balanços?
Vou responder: Venda da carteira de créditos inadimplentes
para a Ativos e a Ativos se encarrega da cobrança e da administração das ECT´s (Não
sou vidente).
Cabe a nós nos unirmos e nos tornarmos indispensáveis nesse
processo que nunca acabará, mas porque estaremos na vanguarda da tecnologia,
teremos eficiência, qualidade e capilaridade, ou então nos resignaremos a
sermos engolidos pelos grandes.
João Gomes, Diretor da Interface Digital
Diretor Administrativo/Financeiro do IBPDICC
Excelente analise do Sr. João Gomes. Perfeita identificação de causas e efeitos e visão dos caminhos para a solução dos problemas. O IBPDICC é o caminho para fomentar fusões e prover soluções técnicas de qualidade aos associados. Soluções que elevem a qualidade dos serviços oferecidos pelas associadas e contribua para a melhoria geral dos processos envolvidos.
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